Festival ao Largo 2011 | «1001 noites»

Estreou anteontem a série de concertos do Festival ao Largo deste ano. Desde há uns anos que esta série de concertos se tem realizado, recorrendo sobretudo a parcerias entre orquestras lisboetas e artistas residentes no TNSC. Como não são espectáculos pagos, justifica-se a qualidade duvidosa! Pelo que ouvi dizer, "cabem" cerca de 2000 pessoas, que podem simplesmente chegar ao Largo de S. Carlos e assistir, de pé ou sentadas (desde que cheguem com pelo menos uma hora de antecedência) aos espectáculos. A restante programação pode ser lida aqui.

Manda a tradição nacional que o palco seja pintado no próprio dia do espectáculo, de manhã...
Nesta primeira noite, o programa foi o seguinte:
Abertura d'A Flauta Mágica (Mozart)
Deh vieni non tardar (As Bodas de Fígaro, Mozart)
Canção à Lua (Rusalka, Dvorák)
Como in quest'ora bruna (Simão Bocanegra, Verdi)
Me voilà seule dans la nuit (Pescadores de Pérolas, Bizet)
Scherazade (Rimsky-Korsakov)
Todos os números foram dirigidos por Martin André e tocados pela orquestra da Gulbenkian, e as árias, cantadas pela soprano Susana Gaspar.

A direcção musical do director artístico do teatro continua sem ter nada de especial a salientar, sendo maioritariamente desinteressante, com a excepção da Rusalka. Na canção à Lua, o maestro salientou o som das trompetes (ou como se chamem esses instrumentos), obtendo um efeito invulgar e conferindo um grande exotismo à música.

Cheguei meia-hora antes e já não tinha onde me sentar!
Jorge Rodrigues -- o apresentador habitual -- disse que a soprano Susana Gaspar participou no último Gianni Schicchi. Será que foi a substituta de Laura Giordano? Se foi, apenas tenho a acrescentar que a voz belíssima que exibiu ontem com amplificação vocal não tem nada que ver com o que a cantora consegue projectar na sala. (Digo isto porque assisti a uma récita de Gianni Schicchi & Blue Monday em que a soprano anunciada foi substituída.)

E foi mais um concerto ao ar livre ao qual se juntaram, sempre que a orquestra tocava piano, o eléctrico com sua buzina metálica, e rumores de ambulâncias mais distantes. Agradável!

3 comentários:

  1. Obrigado pela descrição fiel. Moro longe, começo a trabalhar às 7h00, pelo que ainda não me decidi a ir a este festival. Quando começar a ler que é excelente (o que ainda não aconteceu) terei que considerar a hipótese de lá ir (mas com voz amplificada nao!).
    Cumprimentos musicais

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  2. Então permita-me que lhe aconselhe que tire o cavalo da chuva. Isto é que é grandemente financiado por dinheiros públicos, e por isso a qualidade será sempre duvidosa - o suficiente para apanhar quem for a passar e mais uns quantos que gostam de música clássica mas não querem pagar para entrar!
    Eu só tenciono ir a mais dois ou três. Vou começar debates e passatempos tipo "quiz", na próxima semana.

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  3. Olá, Fanático Um e Plácido!
    Apesar do tempo ser mesmo muito pouco, consegui ir ao «Estrelas e Planetas», o último concerto dirigido por Julia Jones. Valeu a pena, o contacto entre músicos e público foi soberbo naquele largo. Trata-se realmente de um encontro único e só espero que o Festival ao Largo dure muitos anos.
    Saudações musicais a ambos!!!

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