Sumário da Temporada 2010-2011 do Teatro Nacional de S. Carlos

A temporada do Teatro Nacional de S. Carlos que se encerrou há dias, apesar de poder criar a ilusão de ter sido uma boa temporada por ter acabado em grande com uma Carmen e com o mediático Festival ao Largo, não passou de uma temporada pobrezita. Também é certo que os fundos atribuídos pelo Estado a esta instituição não permitem muito melhor..


A Dona Branca, cancelada e transitada da temporada anterior, foi um espectáculo sem encenação e com alguns cantores que jamais deveriam aceitar cantar em versões de concerto
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Katìa Kabanová foi um bom espectáculo, com cantores aceitáveis e uma encenação interessante, mas um bocado maçudo.

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Esta temporada também levou ao palco a pior produção de uma ópera que alguma vez vi na vida: Cavalleria Rusticana. O espectáculo tomava claramente o público por ignorante com a impertinência do “contar uma ópera”, com a pobreza da direcção musical, e com a simples falta de talento dos cantores.
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Gianni Schicchi & Blue Monday foi o resultado do agrupamento de duas óperas que nenhum elo de relação pertinente têm, tendo contado com cantores de pouco interesse e uma encenação em que, segundo J. Calado (in “Jornal Expresso”), “o encenador tomou o lugar do morto”.

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Banksters foi um espectáculo estreante a que não assisti por ter da sua qualidade sérias dúvidas, mas que a crítica proporcionada neste mini-inquérito ou neste blog aponta como um bom espectáculo.


Por ocasião do centenário do nascimento do compositor, apresentou-se O Chapéu de Palha de Florença – ópera pouco interessante, mas que foi bem aproveitada com recursos exclusivamente nacionais. Valeu bem a pena!

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Carmen foi, sem dúvida, o melhor espectáculo da temporada – bem como o único que encheu a sala (em todas as récitas). A famosa ópera foi bem encenada, e nela cantaram cantores de capacidades vocais heterogéneas, dos quais se salientou muito positivamente a protagonista.

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Finda a parte lírica, houve um interessantíssimo ciclo de pequenos concertos de “Estúdio de ópera”, muito bem dirigido por João Paulo Santos. E, para honrar a tradição desenvolvida há um par de anos, realizou-se o Festival ao Largo, que parece ter sido mais um ciclo agradável.

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Como o leitor pode constatar se voltar a ler os parágrafos ao contrário, a temporada não foi nada de especial.
Balanço final