Hélène Grimaud ("Resonances") | Fundação Calouste Gulbenkian

Hélène Grimaud, pianista francesa de considerável renome mundial, tocou hoje no grande auditório da Fundação Calouste Gulbenkian. O programa consistiu em três sonatas para piano solo, tendo sido uma de Mozart (K. 310), outra de Berg (op. 1), e outra de Liszt (S. 178); também foram interpretadas "seis danças populares romenas" de Bartók, e um encore a mim desconhecido.


Na primeira parte, a sonata de Mozart foi agilmente tocada, tal como bons e maus pianistas costumam fazer, ante a estática partitura que é do agrado de tantos, mas do aborrecimento do Plácido Zacarias. Já a obra de Berg se afigura mais emocionalmente subjectiva e cromática, requerendo do intérprete qualidades de maior expressividade e espontaneidade ou, em certos casos, de impertinência. Infelizmente, essas qualidades não foram notavelmente demonstradas na métrica de Grimaud.

A segunda parte foi muito mais interessante. A informação disponível na Internet não indica Liszt como o repertório de excelência desta pianista, apontando antes Chopin, Brahms e Schumann; mas foi a sonata do mestre húngaro que mais se destacou, com uma impecável interpretação. Talvez seja apenas por ter grande apreço por essa sonata que não esteja agora a ter em grande conta as "danças" de Bartók--obra que foi magistralmente interpretada.

Este foi mais um concerto inesperado na minha agenda, e que valeu a pena. (Moderadamente.)

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3 comentários:

  1. Caro Plácido,
    Não assisti ao concerto mas fico surpreendido com as suas reservas. Pensava que Hélène Grimaud seria sempre excelente (assim foi nas duas vezes que a ouvi). Afinal, nem todos estão sempre ao mais alto nível, mesmo os melhores.

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  2. Caro Plácido Zacarias,

    Também desconheço a última peça tocada pela francesa ontem. Tenho para mim que terá a assinatura de Chopin, mas não sei mais. Não haverá forma de descobri-lo?

    Com os melhores cumprimentos,
    Alfonso Carvajal

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  3. Caro Alfonso Carvajal,
    Não lhe sei responder ao certo, mas uma crítica profissional de um concerto semelhante em Londres (http://www.guardian.co.uk/music/2010/nov/25/helene-grimaud-classical-review) - que por sinal expressa opinião inteiramente contrária ao meu amadorismo - diz que aí foi um arranjo para piano do Orfeu de Gluck. Mas não me recordo de todo...

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